quinta-feira, 31 de maio de 2012

Tudo que Ficou em Algum Tempo Perdido


Sentir falta de alguém, que ficou tão enraizado na sua mente e no seu coração.

Todas as palavras ditas foram guardadas e arquivadas, inclusive as ruins.
Todos seus abraços apertados foram desafrouxando com o tempo
Todos os beijos dados foram simplesmente se afastando.
Todo carinho foi desfeito em lágrimas e machucados que ainda doem.
Tudo se foi, todas as coisas que hoje sorrio ao lembrar estão tão distantes. E eu só quero voltar a 1 ano e meio e dar o melhor de mim.
Fico aqui me remoendo e tentando concertar o que não tem mais concerto, e talvez também sem razão para existir.
Mas eu posso lhe garantir que amei-te intensamente e como o troco sofri de mesma igualdade.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

O Eterno Turista


Há muito tempo eu vivia integrada a um grupo social, amigos, bebidas, festas, paqueras, piadas, etc. E de certa forma eu me sentia em casa, eu me sentia livre para ser o que eu era, e dificilmente algo me aborrecia, dificilmente você me veria com cara de quem está com fome.
Chegava em casa e me sentia parte da família, conversas, sinceridade, companherismo,  piadas, enfim familia. E me sentia bem, como se nada pudesse me atingir enquanto estivesse em casa, e se me atingisse eu poderia recorrer a quem sempre me deu apoio e carinho.
Então eu te conheci e muitas coisas mudaram na minha vida, começaria a perceber que eu conseguiria ser realmente quem eu sou, somente contigo. Felicidade tamanha crescia dentro de mim quanto mais te conhecia e quanto mais eu me mostrava, eu não me sentia em casa, eu não me sentia integrada a um grupo social, eu só me sentia livre para ser quem eu era. Mas como toda história tem um fim, você se foi e eu fiquei aqui, esperando e esperando.
Já não sei mais como ser na frente dos outros, eu já nem sei mesmo quem eu sou. Não sei mais manter uma conversa com alguém, nem mesmo com a minha família.
Tenho meus amigos, tenho minha família, eu venho, eu vou, mas não existe nenhum lugar como ao seu lado, não existe nada mais confortante do que seu abraço, nada melhor do que seu sorriso ao acordar.

domingo, 22 de abril de 2012

Das Minhas Pequenas Lembranças


Deitada, no escuro, olhando para a parede, enquanto o alto-falante do celular toca Chico Buarque. Não ouço a porta de  seu quarto abrir, mas noto a sua presença. Ele deita do meu lado, de conchinha. Silêncio, apenas o silêncio.  Depois de algum tempo pergunta se estou ouvindo Samba, digo que sim. Permanece do meu lado, passa o braço pela minha cintura e ali permanece por um tempo. Levanta-se, e vai para o seu colchão. Enquanto em silêncio eu também imploro ‘Fica, por favor, não vai’. Não durmo a noite inteira, em algumas horas eu quem tive de ir, pra sempre.  Seguir em frente? Eu consigo? Você não me ensinou a partir.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Morria, dia após dia


Pela vidraça a mulher idosa passava todas as tardes ociosas de sua aposentadoria, todo dia ás quinze para as seis da tarde observava a correria da cidade que arde naquele verão. Olhava tanto pela janela, que poderia dizer que a janela eram os olhos de sua alma. Curioso um jovem que sempre passava pensava ‘porque tal senhora perde tempo com a cidade cinza que contrasta com a cor da pele brasileira, alaranjada’.  Sem nenhuma resposta o interlocutor que vos fala contara o que se passa por baixo de tantas rugas, de tantas marcas: A senhora olhava tanto para fora que esquecia do que havia  dentro de si, e então toda tarde resmungava: Calma, a cidade não vai parar se  vocês andarem cada vez mais devagar. E depois sorria quando seu amor da juventude passava e pensava:  Poderia ter me arriscado mais, tentado mais, egoísta que sou desisto fácil. Mas tão bom quanto foi, jamais foi outro alguém. Continuava sorrindo, mas amargurada por ser tão fraca, egoísta e introvertida. Não deixava que ninguém entrasse completamente em seu mundo, em sua vida. Por fim conseguiu olhar a fundo, a si mesma. Então descobriu o quanto deixou de viver, por ser, por se posicionar de forma que ninguém a machucaria. Observou seu apartamento, cheio de gatos e o cheiro de sopa que exalava no ar, sentiu pena de si mesma. Morreu de angustia, mais uma vez, dia após dia, morria.

segunda-feira, 26 de março de 2012

De quem não aprendeu nada com o tempo, a caminhada é curta.

Você fez o que queria, agora senta e não lamenta. Enquanto a vida passa entre a gente, vê se você aprende. Que ser feliz depende do outro.
E não vá culpar alguém, porque você fez sua escolha, e as escolhas jogaram o piche na estrada. Mas já que está sentada, veja quem vem passando e olhando atentamente veja o sorriso de quem a estrada machucou, e veja a beleza na futilidade de quem a estrada educou. E você ali parada, não decidindo nada, alias, você poderia ser a própria estrada, machucando e educando, mas não se pondo e opondo quando mais precisava você só deixava de estar e ia ser feliz em outro caminho que não te traria nada. Ilusões, desilusões de outros, aonde você se encontrava? Como um saco de batatas, jogada. Só observava e se não te agradava mudava de novo de estrada. Nunca tentou se mudar, e nunca tentou o mudar. Então eu te digo pequena e infeliz por ser tão miúda, muda, porque se ficar parada vai acabar em como veio, o nada.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Sincronia Temporal

No começo era erro, amor, tropeço. O tempo desatinou num piscar de olhos e aqui fiquei com o meu erro, amor, tropeço. Inocente mas impulsivo, destrutivo mas perdoado.  O amor continuou erro, amor, magoa. E a gente empurrava com a barriga, ninguém admitia culpa de torturar o sentimento.
Como uma linha do tempo vários fatos se cruzaram, todo esse sentimento errado e causado por duas partes totalmente distintas e apaixonadas não pareciam nada diante das noites mal dormidas preocupada se você iria ficar bem,  se tudo o que fiz já fora esquecido, querendo o teu bem e pensando no que estaria fazendo naquele horário que não nos encontrávamos mais disponíveis a conversar e passar a noite juntos como costumávamos fazer.
Agora passo o dia todo com a mente ocupada, ora pensando em te ver, ora pensando em trabalhar. Anda tudo tão complicado, passado e comprimido. Tanto saudade, quanto amor, tanto amor que de saudade não posso mais agüentar.
O tempo mais uma vez nos deu uma rasteira, e minha cabeça gira em pensamentos sobre se estamos na mesma sincronia.